A arte também educa

Gabriela Nobre Bins – Professora

 

Publicado no Jornal Correio do Povo, em 06 de novembro de 2006 / Porto Alegre – RS.

 

        Como professora das redes municipal e estadual de Porto Alegre, gostaria de relatar um pouco de minha experiência e de meus colegas nesta difícil tarefa que assumimos quando escolhemos o magistério como carreira profissional. Por certo, existem outras profissões mais difíceis se levarmos em consideração o grau de periculosidade que algumas delas oferecem; porém, não é a isso que me refiro quando utilizo-me aqui da expressão “difícil tarefa”. O que quero dizer, na verdade, é que, além dos baixos salários oferecidos pelas instituições públicas de ensino, na maioria das vezes os professores precisam lidar com a falta de atividades extra-curriculares para manter os alunos interessados em sala de aula. A escola precisa ser, antes de mais nada, um lugar prazeroso para as crianças e jovens. Se estes não encontrarem prazer na aprendizagem, não encontrarão motivos para sua permanência na escola.

 

        Sempre atentos à novas oportunidades, os professores utilizam-se também dos meios de comunicação para buscar novas alternativas, e assim oferecer atividades lúdicas à seus alunos. Além de quebrar a rotina dura de aulas teóricas, que são necessárias, as artes contribuem sobremaneira para a construção da personalidade e, se não para a descoberta de novos artistas, pelo menos para a formação de futuros apreciadores das artes. Acompanhando o Correio do Povo, alguns professores de minha escola ficaram sabendo da peça de teatro “O Mundo é assim...”, de Christian Lavich Goldschmidt e Vera Potthoff, que está em cartaz no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana com a gratuidade do ingresso para as escolas públicas, graças ao patrocínio da Multilab Indústria Farmacêutica. Desta forma, conseguimos levar os alunos da Escola Municipal Mario Quintana, da Restinga, para uma das sessões. Quero registrar aqui a importância de projetos como esse, desenvolvido pela Fundação Gaia em parceria com a CCMQ e Secretarias de Educação.

 

        Voltando à questão pedagógica, os atores têm sensibilidade suficiente ao utilizarem a linguagem teatral para tratar das questões ambientais atuais, despertanto na platéia um interesse antes inexistente. Carecemos de mais projetos como esse. Parabéns aos autores do texto e do projeto. “O Mundo é assim...” desmitifica o mundo natural, do qual todos fazemos parte. Obrigada ao Correio do Povo por dar a importância merecida à projetos que visem o bem comum de nossas crianças.

 

Voltar ao índice