Palavras do professor José Lutzenberger

Em homenagem ao Dia do Professor, que merece ser valorizado sempre, a Fundação Gaia partilha algumas frases do grande mestre José Lutzenberger. Reflexão, questionamento e diretrizes que apontam a resolução de problemas sempre foram características marcantes do ambientalista que inspira atitudes e ações em prol da educação transformadora que permite preservar a vida na Terra.

“O mercado, como funciona hoje, incrementa as injustiças sociais, ignora as verdadeiras necessidades das pessoas, vê apenas a demanda expressa em termos de dinheiro. Os que não têm dinheiro nem sequer aparecem no mercado, por mais que estejam necessitados.” Reverência pela vida.

“A Eco' 92 no Rio tinha como lema básico o "desenvolvimento sustentável". Continuam os políticos a fazer sua demagogia em cima deste conceito, mas é quase impossível encontrar um político, um administrador público, um tecnocrata que saiba o que isto significa. Se realmente quisermos chegar à sustentabilidade da Civilização humana neste Planeta não basta repensar nossos postulados básicos no atual pensamento econômico e no desenvolvimento de tecnologia, teremos que ir muito além, ou seja, teremos que redefinir "progresso", teremos que repensar nossa visão do Mundo.” Perniciosa cegueira cultural.

“A própria revista TIME, uma revista que não costuma questionar a visão e os alvos da tecnocracia global, em seu recente número especial "Our Precious Planet", Nosso Precioso Planeta (Novembro 1997) em que prevê graves calamidades em conseqüência da atual agressividade ambiental da cultura industrial global com seu consumismo desenfreado, cita Stephen Jay Gould quando ele diz que para sobreviver, a Humanidade precisa chegar a uma renovada apreciação da Natureza e que "não podemos ganhar esta batalha se não conseguirmos estabelecer um laço emocional entre nós e a Natureza". O problema é de ordem espiritual. TIME, na última parte do número especial termina dizendo "a não ser que consigamos seguir o conselho de Gould, talvez não consigamos sobreviver". Perniciosa cegueira cultural.

“Este trabalho é um apelo desesperado a todo o complexo educacional da sociedade: pais, jardins de infância, primário, secundário, ensino superior, meios de comunicação, Ministério e Secretarias de Educação, vamos, todos, iniciar já o esforço necessário para a necessária reeducação. Caso contrário, em futuro bem mais próximo que muitos pensam, nossos filhos estarão nos amaldiçoando.” Perniciosa cegueira cultural.

“Todos os sistemas naturais - e a Vida tem quase quatro bilhões de anos - são altamente dinâmicos, mas estáveis: eles não crescem. Os indivíduos de todas as espécies nascem, crescem, envelhecem e morrem, mas o ecossistema não cresce nem morre quando não é perturbado por outras forças. A menos que nós, humanos, aprendamos com a Vida a ver nossas economias como sistemas dinâmicos, mas estáveis e duradouros, acabaremos por sucumbir. Devemos ainda aprender com a Vida que seus sistemas são estáveis e duradouros porque se baseiam na perfeita reciclagem de recursos e não em seu consumo. Nosso atual sistema econômico baseia-se no consumo da Natureza.” Reverência pela vida.

“Qualquer pessoa informada sabe que nossa atual situação é insustentável. Foi disso que tratou a Conferência Rio-92. Sabemos como lidar sustentavelmente com alguns recursos, mas com outros insistimos em fazer o contrário. O pecuarista tradicional dos Pampas do Rio Grande do Sul, da Argentina e do Uruguai maneja seu gado da maneira como um investidor sábio aplica sua fortuna. Gasta apenas os juros e mantém o capital, aumentando-o sempre que possível. Assim, o pecuarista que possui, digamos, mil cabeças de gado, venderá entre cem e cento e cinqüenta por ano. Selecionará seus animais para obter mais saúde e produtividade e protegerá e aperfeiçoará suas pastagens. É por isso que o Pampa ainda é uma das paisagens mais preservadas e belas do mundo.” Reverência pela vida.

A íntegra desses artigos e muitos outros podem ser lidos no saite da Fundação Gaia, acessando o link http://www.fgaia.org.br/texts/index.html  

Fotos: Arquivo da Fundação Gaia. Edição de fotos e textos: Cláudia Dreier comunicacao@fgaia.org.br

 
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