PROGRAMA DE PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS

 O Programa de Preservação e Recuperação de Ecossistemas visa o aumento da biodiversidade e a recuperação da paisagem. É composto por um conjunto de estudos e ações, e tem origem nos primeiros encaminhamentos dados pelo casal Gastão A. e Carmen Werlang que já no final da década de 60 proibiram a captura e caça de animais selvagens e iniciaram trabalhos de cobertura e reestabilização de solos arenosos. 

     
   
  

 

 

 

 

 

 

 

                Praia do Ouvidor no inicio da década de 1960 e no ano de 2005.

 1.1       Reestabilização de solos

             Um dos grandes desafios encontrados na área do Gaia Village é a frágil estrutura de solos de constituição predominantemente arenosa, localizados junto (a) aos íngremes costões frente ao mar; (b) às dunas; e (c) ao depósito de areia oriundo da dragagem pública do canal da barra da lagoa.

            No ano de 2006, foram plantadas 8.202 mudas no esforço de fixação de dunas e junto aos costões, que, somadas aos plantios realizados nos anos anteriores, resulta num total de 28.968 mudas. O esforço adicional de plantio direto de sementes nessas áreas resultou num saldo acumulado de 516.395 sementes plantadas. 

 

Realizou-se novo trabalho de contenção no areal em uma área de 7.600 m². Novos quebra-ventos, construídos com reaproveitamento e reciclagem de materiais localmente disponíveis, foram estabelecidos na face oeste do areal para evitar que este avançasse sobre a floresta e pastos.

Realizou-se novo trabalho de contenção no areal em uma área de 7.600 m². Novos quebra-ventos, construídos com reaproveitamento e reciclagem de materiais localmente disponíveis, foram estabelecidos na face oeste do areal para evitar que este avançasse sobre a floresta e pastos.

 

 
   

 

Reformas e reinstalações de quebra-ventos foram realizadas especialmente junto à face leste do areal. O isolamento de áreas, o estabelecimento de quebra-ventos, a cobertura dos solos com palha de arroz e os plantios realizados têm propiciado a estabilidade necessária ao desenvolvimento de um expressivo número de plantas nativas rasteiras e arbustivas.

 

 

 

 

 

 
  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
  

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 


 

1.2       Substituição de bosques de essências exóticas por plantas nativas

           


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O bosque de casuarinas, pinus e eucaliptos, plantado na década de 70 como forma de sustar o movimento das dunas frontais da praia do Ouvidor, está sendo gradativamente substituído pelo plantio de essências nativas. De 2001 a 2005, foram plantadas 16.718 mudas nativas. Entre 2001 e 2003 houve o plantio de 24.500 sementes. Em 2006, não houve plantio de substituição, mas apenas cuidados de manutenção. A área foi isolada para evitar o pisoteio das pequenas mudas e da vegetação natural que está se desenvolvendo,  oportunizando o processo de restauração da paisagem.

 

 

 
  

 

 

 

 

 

 

 


 

 


 

            O mestrando Ricardo Henschel, do Departamento de Botânica da UFRGS, realiza uma análise da diversidade do subosque e do sucesso no desenvolvimento de mudas e de sementes plantadas nessa área.

 

1.3       Manejo e erradicação de casuarinas invasoras na linha dos costões

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 
  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

O Projeto Gaia Village, através de G.A.Werlang – Gestão e Ambiente Ltda., é signatário do protocolo do Fórum de Espécies Exóticas Invasoras e Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Sul,  cujo propósito é agregar os esforços das entidades participantes na geração e desenvolvimento de ações concretas para prevenção, controle, mitigação de impactos e erradicação de espécies invasoras no contexto da conservação ambiental e do desenvolvimento sustentável. Dentro dessa perspectiva, mantém um plano de manejo de espécies invasoras, aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), cujo andamento foi apresentado na reunião desse Fórum em julho.  


 

 

1.4       Corredores de floresta

 

            Os corredores de floresta, também chamados de corredores de fluxo de fauna e flora - leste a oeste, fazem a ligação de áreas de matas remanescentes, restingas e pântanos da região litorânea. O objetivo é que tenham uma largura mínima de 100 metros e que garantam condições para a manutenção e a ampliação da diversidade biológica, restaurando o fluxo gênico entre as espécies, além de servirem como fonte de alimento e abrigo.

            As primeiras ações para a implantação desses corredores de floresta foram feitas em 2001, sob a orientação da equipe do professor Abdon Schmitt, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do engenheiro agrônomo Giampaolo Marchesini, integrante do Projeto SOS Nascentes (programa de gestão ambiental da área dos mananciais de Joinville). Em 2006, foram plantadas 2.475 novas mudas de árvores nativas, totalizando 59.371 árvores plantadas nessa ação desde o início dos trabalhos.

 

         
 
 
 
 
  

 

 

 

 

 

 

 

 


 

           


 

Em outra ação estão sendo implantados corredores de floresta que deverão alcançar a largura mínima de 30m. No ano de 2006, 1.016 novas mudas foram plantadas nos chamados corredores de amenização ambiental localizados junto às estradas que contornam a área do Gaia Village. O número acumulado de árvores plantadas nesses corredores é de 8.636. Também em 2006 deu-se início à implantação de quebra-ventos de bambu, como apoio para a implantação desses corredores. O plantio deu-se em linhas paralelas de 1.550 metros junto da estrada da Barra e de 600 metros junto da estrada d’Aguada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 


 

           

 

 

 

 

 

1.5       Viveiro

           

            Frente à necessidade de um grande volume de mudas nativas do lugar, o viveiro foi criado em setembro de 2000, com a consultoria da Fundação Gaia. A partir da identificação de plantas matrizes para coleta de sementes na área do projeto, foram produzidas 147.602  mudas de boa qualidade até dezembro de 2006. Destas, 117.689 foram destinadas às ações do programa de preservação e recuperação de ecossistemas, mantendo-se um estoque de 29.913 mudas de 20 espécies para futuros plantios.

            O processamento excedente de sementes vem permitindo o desenvolvimento do plantio direto nas diversas áreas de trabalho. Nessa ação foram plantadas um número acumulado de 516.395 sementes a campo.

       
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

1.6       Sinalização 

           

           


 

 

 

 

 

Desde 2004, o Gaia Village colabora com a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca na produção de placas indicativas. O objetivo é enfatizar a necessidade da observância de cuidados ambientais e orientar sobre a existência de correnteza d’água junto às pedras nas Praias da Barra e do Ouvidor. O trabalho de produção de placas teve a participação do grupo de salva-vidas, da Associação de Mulheres ANITAS e de voluntários. Em 2006 foi substituída a placa central próximo ao Posto Salva-vidas na Praia do Ouvidor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

            Também no sentido de orientar o público, o Projeto Gaia Village mantém uma equipe permanente de zeladores ambientais. Dia e noite, eles trabalham para evitar agressões à flora e à fauna - como a caça e a captura de pequenos animais selvagens -, e a destruição e retirada de espécimes vegetais, como samambaias, orquídeas, bromélias, butiazeiros e jerivás, entre outras. Os zeladores ambientais contribuem ainda para evitar o carregamento de pedras dos costões, utilizadas na construção civil e no paisagismo; atuam na prevenção e no combate a incêndios e auxiliam na manutenção da vegetação frontal às praias.

 

1.7       Estudos

 

            Em 2003, foi iniciado um levantamento da fauna na área do Projeto Gaia Village. Foram identificadas 28 espécies, em sua grande maioria, de pássaros. Em 2006, o trabalho ganhou a colaboração do pesquisador Rubens Antônio Poerschke, que identificou mais 87 espécies de pássaros. A cada ano, são acrescentados novos registros de espécies.

 

            Florísitca, Fitossociologia e Testes de Restauração no Complexo Vegetacional da Restinga da Praia do Ouvidor é o título da pesquisa realizada por Ricardo Hentchel para a obtenção do grau de Mestre junto ao Departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mais de 80% da cobertura vegetal nativa e preservada já foi inventariada e calculada pelos parâmetros fitossociológicos. Nos testes de restauro está sendo analisada a diversidade do subosque e o sucesso no desenvolvimento de mudas e de frutos/sementes plantadas nesta área.

 

 
  

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

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